Economia Computacional: Comportamento Racional e Complexidade

  • Orlando Gomes ISCAL – Instituto Politécnico de Lisboa, UNIDE – Instituto Universitário de Lisboa
Palavras-chave: Economia Computacional, Complexidade, Racionalidade, Pensamento económico, Sistema macroeconómico, Agentes heterogéneos, Expectativas, Aprendizagem, Evolução

Resumo

O paradigma central de análise em Economia assenta na noção de agente representativo. Indissociável desta noção é a ideia de racionalidade estrita, ou seja, a ideia de que os agentes económicos possuem uma capacidade ilimitada de compreensão da realidade que os envolve, o que lhes permite formular expectativas „correctas‟ sobre o futuro, isto é, expectativas que à partida não incorrem em qualquer erro de natureza sistemática. Esta visão, embora simplista e redutora face ao verdadeiro comportamento humano, serviu durante décadas os propósitos da ciência económica e possibilitou avanços importantes no que concerne à compreensão da realidade que nos rodeia. No entanto, colocam-se hoje reservas importantes à capacidade deste paradigma em continuar a fazer progredir o conhecimento acerca do funcionamento do sistema económico. A emergência de uma interpretação da Economia enquanto sistema complexo é o reconhecimento de que diferentes entendimentos do conceito de racionalidade são possíveis, de que os agentes económicos são na realidade heterogéneos (nas suas acções, crenças, expectativas e preferências), e de que estes interagem necessariamente através de um conjunto de relações em que a aprendizagem, a adaptação e a evolução são elementos centrais. Neste artigo, é revista a literatura recente sobre complexidade em Economia e perspectiva-se, a partir daí, o futuro desta ciência.

##plugins.generic.usageStats.downloads##

##plugins.generic.usageStats.noStats##
Publicado
2018-03-18
Edição
Secção
Artigos